sexta-feira, 29 de abril de 2011

25 de Abril Hoje!

Caros leitores o que podia eu escrever esta semana, se não da revolução de Abril, a revolução, que ficou na História conhecida, como a “Revolução dos Cravos”. Eu tenho 29 anos e sou de uma geração, que não viveu esses difíceis tempos, mas que ouviu durante anos histórias dos mesmos. Hoje, 37 anos depois, como é que todos nós, principalmente aqueles, a quem lhes parece que o 25 de Abril de 1974, foi há muito tempo, vemos e sentimos as diferenças entre o ante e o pós 25 de Abril? Não é minha intenção dar uma aula de história, para isso existem pessoas muito mais qualificadas que eu. Quero tão somente alertar para as diferenças entre aqueles tempos e os dias de hoje, nomeadamente, no que respeita a direitos e liberdades, que hoje tomamos como certos. A maior conquista de Abril foi a Liberdade! Onde vemos então essa Liberdade? Hoje, todos nós somos livres de pensar e exprimir os nossos pensamentos, da forma que bem entendermos. Hoje, sejamos filhos de um agricultor, médico ou advogado, todos temos as mesmas oportunidades para ingressar no ensino superior. Hoje, a Educação é universal e tendencialmente gratuita. Hoje, a Saúde é um bem de todos e para todos. Hoje, todos nós podemos estar, num qualquer local e expressar, sem receio, o nosso pensamento, os nosso ideais. Podemos discutir, criticar quem nos governa e ninguém é preso por isso. Hoje, quando não concordamos com alguma medida ou estratégia de quem nos governa, podemos ir para a rua sob forma de protesto, reivindicar, criticar, mostrar o nosso desacordo e descontentamento. Hoje, as mulheres podem votar, trabalhar e sair do país, sem pedir a permissão ao seu pai ou marido. Todavia, também hoje vivemos dias difíceis, mas longe vão os tempos, em que uma sardinha tinha de ser suficiente para alimentar 2 ou mais pessoas. Estas são algumas diferenças que sentimos nos dias de hoje e que muitos, parecem esquecer e não valorizar. Contudo, hoje temos algo que foi conquistado com muito suor, lágrimas e luta. Hoje temos Liberdade, hoje somos livres! É esta Liberdade que todos devemos honrar. A Liberdade não tem preço! Para honrar todos os sacrifícios, passados e futuros, Abril deu-nos também uma arma, a arma da Democracia. Que os próximos 36 dias, até às próximas eleições legislativas, sejam dias de ouvir, reflectir e decidir. Decidir não ficar em casa e Votar! Honrar as vitórias de Abril. Viva a Liberdade! Viva a Democracia! Viva o 25 de Abril!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

FMI





FMI, muito se tem falado desta sigla. Mas o que é afinal? O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma organização internacional que pretende assegurar o bom funcionamento do sistema financeiro mundial pelo monitoramento das taxas de câmbio e da balança de pagamentos, através de assistência técnica e financeira. Que impacto terá nas vidas de cada um de nós, se se confirmar a entrada em Portugal do Fundo Monetário Internacional? Começo por falar sobre algo que a maioria dos leitores até vai gostar de ouvir e a primeira coisa que vai pensar será: “Que venha de lá o FMI”. Muito provavelmente uma das medidas que os especialistas do FMI irão tomar, será a redução das empresas público-privadas criadas pelo Estado. Mas ao mesmo tempo que “emagrece” o estado vai também emagrecer os bolsos dos portugueses. Não é preciso ir muito longe, basta perceber o que foi feito na Irlanda e na Grécia. Começando pelos funcionários públicos que são quem tem mais a temer. Muitos dos funcionários públicos têm o seu lugar em perigo. Muitos funcionários públicos vão ser despedidos. O salário mínimo que chegaria aos 500 € até ao final do corrente ano, deve sofrer uma diminuição. Todos os salários devem ter um corte de cerca de 25% e deve deixar de existir o chamado 13º mês. Mas como isto por si só não será alarmante, vou fazer umas contas simples. Estudos recentes mostram que o salário médio nacional ronda os 800 €. Esse salário daria em média um rendimento anual de 11200€. Com os cortes nos salários previstos e com a perda do 13º mês, o mesmo trabalhador teria um rendimento anual de 7800€. O que significa uma perda de 3400€ por ano. Caro leitor, a vinda do FMI coloca as contas públicas na ordem, mas o bolso de cada português fica mais vazio. Estes são os sacrifícios duros, muito duros que todos os portugueses vão ter de fazer para voltar a colocar o país no rumo certo.
Infelizmente está provado que em Portugal reformas estruturais só funcionam à bruta. Desta forma não há lobby, não há classes profissionais a pressionar para não se mexer nas suas regalias, não há classes sociais ou profissionais de primeira, nem de segunda.